Defensoria Pública de SP participa como assistente de acusação em Tribunal do Júri que condenou policial militar acusado por assassinatos nos “crimes de maio”

Com atuação da Defensoria Pública de São Paulo como assistente de acusação, um cabo da Polícia Militar foi condenado pelo Tribunal do Júri nesta quinta-feira (10/7) pelo assassinato de três jovens na zona norte da Capital, em maio de 2006, durante o período que ficou conhecido como "Crimes de Maio".

A Defensora Pública Maíra Coraci Diniz, que atuou no caso, analisa que o papel da Defensoria Pública é defender os vulneráveis sob todos os aspectos. Nessa situação, as vítimas sofreram com a truculência da violência policial. "A Defensoria Pública não deve atuar como assistente de acusação em todos os casos. Mas, temos que somar nossas forças às do Ministério Público quando no banco dos réus está um representante do Estado que se utiliza de seu poder para cometer um crime".

A participação da Defensoria Pública como assistente de acusação foi solicitada pelo movimento "Mães de Maio", formado por mães das vítimas dos "crimes de maio". Estima-se que os crimes relacionados aos ataques de uma facção criminosa e do suposto revide policial decorrente tenha vitimado cerca de 493 civis. Maíra ressalta a importância da união das mães no resultado do julgamento. "A participação das mães foi fundamental. Elas se uniram como se fosse o julgamento do algoz do filho de todas elas. Foram 36 anos de pena e dezenas de mães que tiveram, finalmente, um sopro de esperança".